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O devir de uma sociedade está, intrinsecamente, ligado ao processo educativo que assegura às novas gerações.
O processo de formação dos cidadãos ocorre, de forma continuada, desde o nascimento, através de uma ação contínua, que exige intervenção qualificada e multidimensional de diferentes profissionais da educação.
O trabalho destes profissionais, exige condições adequadas para ser realizado com sucesso. Sucesso que terá como indicadores o pleno desenvolvimento das crianças e dos jovens e a realização dos profissionais que intervêm no sistema educativo.
Garantir as condições de trabalho para que esta missão seja realizada cabalmente é responsabilidade e dever do Estado.
Os docentes vivem e trabalham hoje num quadro complexo de enormes exigências e responsabilidades e ao mesmo tempo de enorme fragilidade;
Dotados de elevados níveis de formação que os capacitam para uma profissão que assume o domínio de conhecimentos e competências específicas, são chamados em múltiplas circunstâncias ao desempenho de outras responsabilidades que a sociedade lhes foi transferindo e que excedem o seu campo específico de intervenção;
A ação profissional docente tem vindo a sofrer efeitos de vária ordem e dimensão que hoje se acumulam e que conduzem múltiplas investigações a debruçarem-se sobre o estado atual da condição docente e chamando repetidas vezes a atenção para situações muito concretas, a saber:
- Envelhecimento muito generalizado dos docentes; - Diminuição drástica de jovens candidatos para os cursos de formação inicial; - Precariedade contratual inicial; - Falta de estabilidade profissional; - Falta de atratividade profissional e débil reconhecimento social da profissão; - Notório desgaste profissional e estado de exaustão emocional de uma parte muito grande dos docentes; - Aumento drástico da carga burocrática no desempenho profissional; - Congelamento do tempo de serviço e ausência de estímulos ao desenvolvimento na carreira; - Falta de planeamento prospetivo diante do envelhecimento dos profissionais;
ou seja, sentimentos profundos de “falta de”, de perda, de abandono social e político, de desconsideração.
Por sua vez, associada a esta perceção de desvalorização da profissão, estão as condições do seu efetivo exercício num espaço que é a escola e que é geradora de tensões de natureza variada, fruto da indisciplina verbal e física e de assédio, e ainda moldada por critérios de organização nem sempre eficientes e nem sempre orientados por critérios pedagógicos, mergulhando os docentes num alargado leque de tarefas que lhes dificulta o exercício de uma reflexão crítica e colegial.
Podemos, pois, afirmar que se vive um tempo de emergência, no que aos educadores e professores diz respeito.
Estes tempos requerem que se ataquem os problemas estruturais, não com remendos e sugestões avulsas, mas antes que se proponha um reordenamento profundo da situação, desde o modelo de acesso aos cursos de formação inicial, ao modelo de cursos desta mesma formação inicial, desde o modelo de indução profissional e de acesso à profissão, até ao acesso à carreira e ao desenvolvimento na mesma, desde o estatuto remuneratório até às condições de trabalho, redignificando, devolvendo o prestígio a uma profissão que é capital para o desenvolvimento humano de cada pessoa e para a reconstrução cultural de um povo.
Em síntese, os sinais de desvalorização da profissão docente são evidentes e constituem um elemento crítico do sistema educativo que urge resolver.
Para a FNE, a aposta na revalorização da profissão docente, e por essa via no seu rejuvenescimento, passa, inevitavelmente, por uma maior dignificação do estatuto do professor, da sua carreira e das condições de trabalho.
A FNE identifica os seguintes eixos de ação: CONSULTAR MANIFESTO “VALORIZAR OS DOCENTES”