21 Outubro 2018
Atualidade
O secretário-geral da UGT desafiou neste domingo o primeiro-ministro a cumprir as expectativas criadas aos professores, no sentido da contagem integral do tempo de carreira, defendendo que o Governo deve fazer investimentos públicos sem tirar dinheiro aos docentes.
“António Costa olha para os trabalhadores, olha para as expectativas e cumpre-as. É isso que se faz em política”, afirmou o líder sindical Carlos Silva.
O líder da UGT falava em Aveiro, durante o encerramento do 12.º congresso da Federação Nacional da Educação (FNE), que reelegeu João Dias da Silva para mais um mandato de quatro anos.
No seu discurso, Carlos Silva disse que, neste momento, “há um clamor intenso” em Portugal, almejando por um conjunto de expectativas que foram criadas pelo Governo que está em funções, dizendo que “não deixava cair os professores”.
“Onde é que estão aqueles que defenderam que não deixavam cair os professores? Onde é que estão? Esses, porventura, por calendário político-partidário, talvez tenham deixado cair os professores, mas nós não os deixamos cair”, garantiu.
Para Carlos Silva, o Governo deve continuar a fazer investimentos públicos, mas sem tirar dinheiro aos professores.
“Eu não sou daqueles que, para não pagarem, iria construir uma estrada. Quando fizerem a estrada de Viseu a Coimbra façam-na, mas façam-na com o dinheiro do Orçamento do Estado e com os impostos que continuam a pesar na carga fiscal de todos os portugueses. Não vão retirá-lo aos professores, às suas carreiras e ao seu futuro”, observou.
O líder da UGT disse ainda estar hoje “muito mais disponível” para a luta na rua, nas empresas e nas escolas, do que estava há cinco anos.
“Quando nós esperávamos que o Governo do meu partido, do PS, apoiado à esquerda parlamentar desse e conseguisse construir mais alternativas, mais expectativas para os trabalhadores deste país, eis exatamente o contrário”, afirmou.
Aproveitou ainda a oportunidade para apelar à participação na greve da Administração Pública que está convocada para o dia 26, sublinhando que “há muito tempo que todas as organizações sindicais não estavam unidas, imbuídas do mesmo espírito de unidade”.
“Temos de estar todos na rua, remos de dar um sinal ao país, temos de dizer que não desistimos. Temos que dizer os trabalhadores em primeiro lugar, e depois a política, e depois o FMI [Fundo Monetário Internacional], e depois a Comissão Europeia e depois o dinheiro. Primeiro, as pessoas. É para isso que nós cá estamos”, afirmou.
Na mesma ocasião, o recém-eleito secretário geral da FNE, João Dias da Silva, alertou para uma “nova tentativa de atropelo” à Lei da greve com o anúncio pelo Ministério da Educação da “ilegalidade e ilegitimidade” da greve à componente não letiva prevista para se iniciar a 15 de outubro.
“Vamos também combater em tribunal. Vai ter a mesma resposta. Não ficará sem resposta este ataque ao direito de exercício da greve”, garantiu, deixando o compromisso de combater quaisquer limitações ao exercício dos direitos sindicais.
Lusa
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