5 Agosto 2022
Atualidade
A Federação Nacional da Educação (FNE) elogiou hoje a disponibilidade do Ministério da Educação para negociar a revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores e espera que haja convergência nas próximas reuniões.
Após uma reunião com a tutela, ao final da tarde, o secretário-geral da FNE disse estar satisfeito com o primeiro passo hoje dado com a marcação das reuniões negociais, mas disse esperar mais do que encontros.
“Aquilo que é importante é que da parte do Ministério haja a disponibilidade para a negociação e a concertação e isto parece que ficou claro hoje em palavras. É preciso que agora, na prática, tenha essa disponibilidade no sentido da procura da convergência”, afirmou João Dias da Silva em declarações aos jornalistas.
Segundo anunciou hoje o ministro da Educação, no final das reuniões com as principais estruturas sindicais do setor, a partir de setembro será negociada a revisão do modelo de recrutamento e colocação, associada também ao combate à precariedade na profissão docente com a vinculação de professores em quadro de escola.
O objetivo, explicou João Costa, é tornar a carreira docente mais estável e mais atrativa, "garantindo que muitos dos professores que andam de um lado para o outro em contratos precários podem estabilizar a sua situação profissional".
Da parte da FNE, João Dias da Silva considerou que o atual regime “não serve as nossas escolas, não serve os professores, é um fator de instabilidade e precariedade, que tem sido alterado ao longo dos anos e é hoje uma manta de retalhos”.
No entender da estrutura sindical, o modelo tem de ser revisto de forma a dar estabilidade e confiança às escolas e aos professores e assegurar os docentes para satisfazer as necessidades permanentes das escolas, com concursos justos.
“É preciso acabar com a realidade que temos todos os anos, nesta altura, as escolas estarem a fazer contas para verem de quantos professores precisam”, referiu.
Para já, estão agendadas três reuniões negociais entre o final do mês de setembro e o mês de outubro.
“É um processo complexo, vai demorar tempo. Não pode ser feito em cima do joelho”, acrescentou o dirigente sindical, que disse esperar que as alterações possam entrar em vigor na contratação para o ano letivo 2023-2024.
A negociação da revisão do modelo de recrutamento e colocação de professores já vinha da anterior legislatura, quando João Costa era secretário de Estado Adjunto e da Educação, mas foi adiada pela dissolução do parlamento e convocação de eleições antecipadas.
Lisboa, 04 ago 2022 (Lusa) – MYCA // ZO
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