6 Novembro 2025
Notícias FNE
Na reunião de hoje com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) a Federação Nacional da Educação (FNE) reafirmou a importância da revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD), retomando o processo negocial iniciado com o protocolo de 27 de dezembro de 2024, interrompido pela crise política e pela mudança de Governo e que teve sequência através do envio de uma proposta de atualização do protocolo negocial, enviada pela FNE ao MECI no passado dia 6 de outubro de 2025.
Chegados aqui, a FNE considera que o Governo deve ter como objetivo a valorização da carreira docente, tornando-a mais atrativa, reconhecida, simples e justa. O acordo de 21 de maio de 2024, sobre a recuperação do tempo de serviço congelado, foi um passo importante, ainda assim, insuficiente para reverter décadas de desvalorização da profissão.
A FNE defende que a revisão do ECD deve abordar as condições salariais, o ingresso e desenvolvimento na carreira, a formação, a avaliação, as condições de trabalho e o regime de aposentação, com vista à revalorização e prestígio da profissão docente.
Como metodologia negocial a FNE defende uma mesa negocial própria, em representação dos seus sete sindicatos de professores, bem como o acesso antecipado aos documentos preparatórios e propostas negociais, que permitam a sua análise, debate com os docentes e formulação de contrapropostas fundamentadas. Defendemos ainda um processo estruturado e calendarizado, com temas previamente definidos e priorizados, destacando para já as seguintes matérias objeto de negociação:
A FNE defendeu uma calendarização negocial que permita a conclusão rápida do processo negocial para garantir impacto visível nas condições de trabalho e na atratividade da carreira, uma vez que a valorização social também se alcança por via da valorização salarial, tendo obtido a informação da parte do MECI da sua vontade e concluir o processo negocial em 2026, por forma a poder ser garantida a sua entrada em vigor em 2027.
Contudo e caso a revisão final global só possa ser garantida no início de 2027, a FNE defende a publicação faseada por módulos, permitindo entrada em vigor progressiva das medidas, para o que defende a realização de Reuniões mensais, com possibilidade de maior frequência conforme a necessidade e a publicação da versão final global do ECD consolidado após a conclusão de todos os módulos.
A FNE considera urgente e prioritário garantir que o novo ECD seja um verdadeiro instrumento de valorização da profissão docente, capaz de atrair jovens, motivar os atuais profissionais e recuperar o prestígio social da carreira, pelo que se compromete a enviar até ao dia 13 de novembro as suas propostas para poderem ser analisadas pelo MECI e desejavelmente incluídas no protocolo negocial.
O MECI deu a conhecer as previsíveis datas das duas primeiras reuniões negociais que deverão ter lugar nos dias 5 de dezembro de 2025 e 14 de janeiro de 2026.
(VÍDEO) Pedro Barreiros, Secretário-Geral da FNE, fez o balanço do encontro:
Na segunda parte da reunião de hoje com o MECI, a FNE aproveitou a oportunidade para apresentar um conjunto de pedidos de esclarecimento, devidamente formalizados através da entrega, em mão, ao Ministro da Educação e registados em ata, com o objetivo de obter respostas às seguintes questões:
1. Reposicionamento e progressão na carreira docente – Procedimentos relativos à operacionalização do reposicionamento nos termos da Portaria n.º 119/2018, de 4 de maio, e à consequente progressão na carreira (progressão após reposicionamento).
2. Apoios aos docentes colocados nas Escolas Portuguesas no Estrangeiro da Rede Pública (EPERP) – Situação dos apoios concedidos e respetivos critérios de aplicação.
3. Mobilidade por Doença (MPD) – Esclarecimentos sobre a situação dos docentes abrangidos por este regime que continuam sem resposta relativamente ao Atestado Médico de Incapacidade Multiuso (AMIM).
4. Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) – Falta de resposta aos vários pedidos apresentados pela FNE sobre esta matéria, em especial após as declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros, que afirmou que “os professores no estrangeiro são a nossa prioridade”. Tal afirmação não se tem traduzido em medidas concretas, persistindo a ausência de resposta aos ofícios enviados e ao pedido de reunião conjunta entre a FNE, o MNE, o Instituto Camões e o MECI.
5. Habilitações para o grupo 910 – Educação Especial – Persistência de dificuldades e necessidade de clarificação dos critérios aplicáveis.
A FNE aguarda que o MECI se pronuncie e clarifique, com a brevidade possível, cada um dos assuntos identificados, para os quais se impõe uma resposta célere e objetiva.
Foram ainda obtidas pela FNE as seguintes informações:
· Concurso extraordinário: na sequência do alerta apresentado pela FNE em 30 de outubro de 2025, relativamente à ausência de vagas no grupo 510 (Física e Química), o MECI informou que procederá à alteração da Portaria de vagas e, consequentemente, ao alargamento do prazo de candidaturas ao concurso por mais cerca de mais dez dias.
· Pagamento de horas extraordinárias e apoios à deslocação: será enviada às escolas uma informação do MECI destinada a clarificar os procedimentos a adotar.
· Concurso para Técnicos Especializados para Outras Funções (TEOF): o MECI prevê a sua realização em janeiro de 2026, abrangendo 1 406 técnicos especializados. Este calendário justifica-se pela necessidade de apuramento rigoroso das reais necessidades das escolas, de forma a assegurar um tratamento equitativo e a garantir que todas disponham dos recursos humanos necessários.
O MECI fez chegar entretanto à FNE a minuta do Protocolo Negocial que pode ser consultada AQUI
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