14 Maio 2021
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Rui Miranda, Secretário-Geral do Sindicato Nacional da Indústria e Energia (SINDEL), foi o quarto orador convidado do ciclo de Webinários com dirigentes sindicais "Desafios aos Sindicatos na pós-pandemia", organizado pela Federação Nacional da Educação (FNE) e pelo Canal4 da AFIET (Associação para a Formação e Investigação em Educação e Trabalho), com a moderação do Vice-Presidente desta associação, Pedro Barreiros.
Numa conversa de cerca de uma hora, os caminhos para o futuro do sindicalismo estiveram sempre em cima da mesa, com o teletrabalho a ser tema abordado no lançamento desta iniciativa. E sobre esta matéria, Rui Miranda afirmou que o que temos "não é teletrabalho. É uma forma que o Governo arranjou de garantir que se consegue trabalhar de casa, mas serviu para os sindicatos perceberem o muito que há para fazer neste capítulo". Para Rui Miranda, "tem de haver uma nova organização do tempo de trabalho”, não se devendo reduzir os espaços de trabalho, mas sim, criar condições para um sistema misto". E dá o exemplo da EDP nesta situação: "Na EDP, 80% dos trabalhadores estão em teletrabalho e o consumidor nem notou. O teletrabalho deveria ser uma opção, e não uma obrigação".
Para o SG do SINDEL, "as revoluções industriais vão ser mais rápidas que as tecnológicas e os sindicatos vão ter um papel relevante a desempenhar". Em sua opinião, "o que cria desassossego aos sindicatos, nesta fase, é o afastamento dos sócios. Assim que nos aproximamos fisicamente deles notamos que o sócio tem logo muita coisa para falar, porque quem não aparece é esquecido".
O que mais aproxima os sindicatos e os sócios são as questões de salários. Rui Miranda entende que "é preciso resolver a adequação da tabela salarial e do problema do salário mínimo nacional”. Segundo ele, “a UGT fez um trabalho excelente nos últimos anos com o incremento do salário mínimo. Mas isto mostrou um problema que é o facto de termos cada vez mais trabalhadores com apenas o salário mínimo". Para Rui Miranda, esta situação “não é apenas um problema sindical, mas também do foro empresarial".
Quanto ao futuro do sindicalismo passar pelos jovens Rui Miranda não tem dúvidas que sim, pois a juventude não pode ser colocada de lado, na equação do futuro sindical. Por isso afirma que "o futuro passa pelos cabelos brancos darem lugar aos novos, que têm com novas linguagens" e propõem novas formas de ação. Daí o seu alerta para que lhes sejam dadas oportunidades, “porque, de outra forma, matamos o sindicalismo do futuro".
Reveja aqui a intervenção de Rui Miranda e leia a reportagem completa sobre este webinário na edição de maio de 2021 do JORNAL FNE.
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