8 Abril 2021
Distritais
Assistimos a uma vacinação em massa de professores e demais trabalhadores na área da educação e, se o princípio é consensual, o mesmo não se pode dizer da metodologia adotada, da responsabilidade do Ministério da Educação e do ministério da Saúde, através da DGIES - Direcção-Geral das Instalações e Equipamentos da Saúde.
Em primeiro lugar, a comunicação: os profissionais recebem no seu telemóvel a indicação de que deverão ser vacinados num determinado dia e a determinada hora. Respondem por SMS se sim ou não estão disponíveis para serem vacinados. Claro que, se respondem não, são relegados para outra prioridade e perdem a oportunidade de serem vacinados nesta fase. O que não se afere é o porquê do impedimento e as causas que suportam esta opção. Há docentes que não podem ser vacinados por questões de saúde, nomeadamente as grávidas, os professores que se encontram de atestado médico ou que possuam doenças que inviabilizam a tomada da vacina. Docentes que residem a centenas de quilómetros da área da escola em que lecionam e onde se têm de apresentar e que, após 30 minutos de recobro, terão de fazer a viagem de regresso para a sua residência. Se tiverem um acidente, estão protegidos pelo seguro de trabalho ou não? Estando colocados longe e em teletrabalho, no seu local de residência, terão de se apresentar na sua zona de trabalho, e porque não na zona de residência?
O dia escolhido, um sábado ou um domingo, encontra-se fora do tempo normal de trabalho dos professores. A verdade é que são eles que se deslocam e que abdicam do seu fim-de-semana para cumprirem o dever cívico de contribuir para a imunidade de grupo e protegerem os seus colegas e os seus alunos. Note-se ainda que, segundo a legislação vigente, os cidadãos não podem circular entre concelhos a menos que seja em serviço. No caso de ser interpelado pelas autoridades, fica ao critério do agente da autoridade considerar legítima a deslocação do docente?
Face a todas estas situações seria importante haver a possibilidade de os professores poderem optar por serem vacinados na área de residência, resolvendo todas estas situações que criam constrangimentos fortes na vida dos nossos profissionais. Não poderão as entidades competentes gerirem melhor estas situações e permitirem uma maior agilização da vacinação?
Alexandre Dias
Dirigente Sindical do SPZN Braga
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