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Professores em Portugal


24 Setembro 2025

Comunicação Social

Professores em Portugal
Numa entrevista para o Porto Canal, no âmbito dos resultados do estudo realizado pela Fundação Pedro Queiroz Pereira “Voz dos Professores”,  Pedro Barreiros, Secretário-Geral da FNE (Federação Nacional de Educação), juntamente com Pedro Freitas, investigador da Universidade de Oxford e da Nova SBE, falam sobre o futuro que se avizinha na carreira dos professores.

Pedro Freitas começa por afirmar que foi feito um inquérito para averiguar a realidade que os docentes têm, no seu quotidiano. Após esse inquérito ficou muito evidente que cerca de 50% dos professores mais jovens pondera mudar de carreiras nos próximos anos, caso haja oportunidade para tal. 

O Secretário-Geral da FNE, Pedro Barreiros, quando inquirido sobre a falta de professores que se faz sentir, apesar de já termos entrado na 2.ª semana de aulas do ano letivo, o Secretário-Geral afirma que considera indispensável o envolvimento da sociedade-civil, “é um problema de todos, não é um problema apenas e só de sindicatos, de professores, do ministério, é um problema de toda a sociedade.” 

Pedro Barreiros, esclarece que os resultados do estudo vão de encontro ao apuramento que foi realizado na consulta nacional, feito em junho de 2025, pela FNE. “Não há aqui nenhum tipo de surpresa, em relação […] à falta de professores, dos motivos que levam à falta de professores e também deste pré-anuncio de saída de muitos jovens professores, que nos primeiros anos de serviço optam por abandonar a profissão [...]”. 

Pedro Barreiros, explica que é fulcral entender a essência da questão da falta de docentes. “Haver pouquíssimos alunos a conseguir entrar nos cursos de ensino, não porque não haja procura, mas porque não há oferta, as instituições de ensino superior não estão a abrir […] em número suficiente para as necessidades do país […] neste ano na zona da Grande Lisboa abriram apenas 90 lugares, na zona de Setúbal 70 e na zona de Santarém 57”, zonas estas que são as mais carenciadas a nível de falta de professores. O Secretário-Geral da FNE reforça que a formação de cerca de 1.500 professores a cada ano é preocupante, uma vez que, o número esperado de aposentadoria da profissão são cerca de 4.000 a 5.000 por ano.  

Pedro Freitas reforça também a importância da “formação inicial de professores […] não estamos a falar apenas da falta de quantidade […] mas também a qualidade desta formação inicial […] a quantidade de estudos que nós temos em relação à qualidade mostram deficiências naquilo que é o conhecimento científico acerca da aprendizagem.” 

Durante a entrevista, debateu-se também a falta de apoios fora da sala de aula e de mecanismos que, de facto, ajudem os docentes a responder às necessidades que enfrentam dentro da sala de aula, sobretudo numa fase em que as turmas são cada vez mais diversas.

Pedro Barreiros, ressalta uma questão primordial: “Se já é difícil cativar jovens professores para a profissão, importa também que aqueles que conseguimos cativar, se possam manter na profissão.”  O Secretário-Geral reforça que, para que isso aconteça, é estritamente necessário que as escolas estejam equipadas com os recursos humanos e materiais adequados, de modo a acolher os novos docentes que, até então, na sua formação inicial, nunca tiveram oportunidade de lidar com a realidade de uma sala de aula. 

Enfatiza também que “a valorização da carreira [...] é essencial para garantirmos que daqui a 4, 5 ou 6 anos não estamos a viver o mesmo problema […] revisão de estatuto da carreira docente […] não é apenas a estruturação da carreira ou os índices remuneratórios […] alterar o estatuto da carreira no sentido de o valorizar e consequentemente termos salários mais dignos, não só […] na entrada da carreira, importa que os salários sejam melhorados ao longo de toda a carreira, para garantir que aqueles que já estão na carreira também não desistam.” 

Pedro Barreiros chama a atenção para “Na consulta que nós (FNE) fizemos, também é preocupante verificar que, cerca de 16% dos professores imaginam eventualmente a possibilidade de abandonar a carreira antes de chegar à idade de aposentação.” Afirma ainda que considera que a ideia de que o estatuto da carreira resolver todos os problemas da falta de professores não passa de uma “mera ilusão”. 

Quando questionado sobre as mudanças na organização de quem tutela as escolas, o Secretário-Geral, confessa ter algumas preocupações, uma vez que existe um grande desconhecimento em relação ao futuro. “Está em curso uma reforma do estado, está em curso uma reforma do Ministério da Educação […] aquilo que estamos a sentir, para já, é que estamos a perder interlocutores.” Dá o exemplo do encerramento da plataforma “E 72” ,  por parte do Ministério da Educação, plataforma essa que permitia os professores colocarem dúvidas com o objetivo de ter uma resposta do Ministério da Educação, “se o argumento foi diminuir serviços, para que haja uma maior homogeneidade na resposta, também não queremos que agora, se atire essa responsabilidade para as direções das escolas, porque em vez de termos 2 ou 3 respostas diferentes corremos o risco de passar a ter 700.” 

Fonte: PROFESSORES EM PORTUGAL

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