2 Agosto 2024
Ação Social e Cultural
" A nossa primeira etapa iniciou-se em Cee, com o grupo de caminheiros muito motivado por poder trilhar o caminho que nos levasse até ao Cabo Finisterra, considerado pelos romanos como o ponto mais ocidental da terra, o lugar onde se pensava que a terra acabava – o “finis terrae”.
Em Cee, visitamos a Igreja Paroquial de Santa Maria da Xunqueira, onde pudemos contemplar imagens de Santiago, S. Francisco, S. João, Santo António ou S. Roque, com feições muito humanas e expressivas.
Seguimos rumo ao Farol de Finisterra, ao marco jacobeo do km 0, e à contemplação do pôr do sol sobre a imensidão do oceano, ritual com tantos séculos, quando se acreditava que o sol ali morria e nada existia para além do que a vista alcançava. Foi um momento mágico, onde foi fácil reviver essa sensação quase pueril dos nossos antepassados, ao mesmo tempo que som os arrebatados pela beleza e intensidade energética daquela visão. Momento único de união e partilha com os companheiros do Caminho.
No dia seguinte, exploramos o centro da vila e após recolher a Fisterrana, seguimos rumo a Lires. O caminho desenvolveu-se entre pinhais e pequenas povoações, onde pudemos desfrutar das belas paisagens e de muita tranquilidade em todo o percurso. Chegados a Lires, os caminheiros puderam descansar ou ir até à praia.
No domingo, os mais corajosos rumaram bem cedo à praia, para um banho purificante e após um belo pequeno almoço, seguimos rumo a Muxia por zonas florestais e de cultivo, com subida gradual. Lá do alto pudemos vislumbrar o oceano, do qual nos aproximamos a partir de Lourido, já às portas de Muxia. Lá chegados, apressamo-nos até ao Santuário da Virgem da Barca, onde a escultura “A Ferida” rompe do chão, assinalando o trágico acidente com o petroleiro Prestige. Já junto do Santuário, o Professor Manuel Araújo fez-nos o enquadramento do mesmo na história do apóstolo Tiago, e da lenda em torno das pedras ao redor, consideradas partes da barca da Virgem. À Pedra de Cadriz são-lhe atribuídos poderes curativos e o grupo viveu um intenso e emotivo momento, acolhendo o simbolismo da rocha e passando por baixo dela três vezes. Curativos foram com certeza os momentos vividos durante este Caminho, nas orações, nos altos e nos baixos, nas dificuldades e nas superações, na partilha, na amizade e companheirismo, na alegria e no convívio… Ficam em nós a felicidade e a gratidão, mas também a nostalgia… Ah! E a vontade de retomar o Caminho breve, breve!
Resta o agradecimento ao SPZN pela experiência que nos proporcionou. À Professora Manuela Felício e ao Professor Manuel Araújo todas as palavras de agradecimento seriam poucas, pela sabedoria, apoio, carinho, atenção e simpatia que com que guiaram os nossos passos neste Caminho!
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